Alguns implicados com o escandalo do mensalão
Rio de Janeiro – Uma cadeia simbólica, feita de canos de
PVC, foi montada hoje (20) na orla da Praia de Ipanema, na zona sul da capital
fluminense. A iniciativa chamou a atenção para a demora do Supremo Tribunal
Federal (STF) em votar o processo do chamado mensalão.
No calçadão, os manifestantes colheram cerca de 1,2 mil
assinaturas em uma petição. O documento pede celeridade ao STF no julgamento
dos réus do mensalão e também pode ser assinado na internet. Lançado em abril,
o documento conta atualmente com cerca de 40 mil adesões e será entregue à
Corte até o final do mês.
O protesto é uma iniciativa da rede de movimentos contra
a corrupção e ocorre paralelamente em capitais como São Paulo, Belo Horizonte,
Curitiba e Florianópolis, segundo os organizadores.
No Rio, à frente do Movimento 31 de Julho, o empresário
Marcelo Medeiros diz que a demora no julgamento abre a possibilidade da prescrição
de crimes cometidos por políticos, às vésperas das eleições municipais – cuja
campanha no rádio e na TV começa em 21 de agosto. "O que não pode é [o
STF] deixar de julgar, porque isso dá abertura, evidentemente, no caso de
condenação, para que [candidatos] fichas sujas sejam eleitos, o que,
obviamente, contraria a Lei da Ficha Limpa", disse Medeiros, que vestia
uma camisa com os dizeres "Pega Ladrão".
O processo do mensalão apura o envolvimento de 38 réus em
um esquema de compra de votos de parlamentares no primeiro mandato do então
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. A ação tramita desde 2007 no
Supremo e contém denúncias feitas há sete anos. O andamento do caso depende do
voto do revisor, ministro Ricardo Lewandowski, e espera-se que entre na pauta
de sessões do STF ainda no primeiro semestre. O relator é o ministro Joaquim
Barbosa.
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