HERANÇA MÓRBIDA
Quando ouço
O soar dos
tambores
Nos morros
da minha cidade
Solitária e triste...
Querendo
transmitir uma mensagem
Chamando os
orixás!
Para nos
ajudar...
Lembranças
dos gemidos sufocados
Das mortes
doloridas ...
Nos troncos
dos pelourinhos
Como
testemunhas: a lua
E os passarinhos...
Minha alma
dolorida dói
E pena de preconceito!
Meu espirito chora...
De ainda se vê
hoje
Réstias do
rancor
De um tempo
que não apagou!
Chegada das famigeradas “cotas!”
Como símbolo do terror
Dos antepassados
Onde está a nossa
liberdade?...
Que ainda
não chegou!
Dos índios,
pardos e negros.
Entre os
desiguais desta nação.
Motivo do desrespeito de nossa Constituição.
"Somos todos iguais!"...
RIO CACHOEIRA
Nuvens escuras no horizonte
Contrastando com o
infinito
Do céu azul...
Entre a Primavera e o
Verão
Correntes de ventos a
soprar
De Sul a Norte, de Leste a
Oeste
Na minha cidade, de um
morto Rio
Chuvas no ar!
Pássaros a voar entre o
verde amarelo
Das poucas árvores que
ainda restam
Tentando combinar o
impossível;
Arranha-céus e mansões
sobre um leito vazio...
O Rio a todo custo tenta
jogar o oxigênio
Das águas nova no espaço
frio
Implorando o seu viver à
vida
Tragado por um suspiro de
dor...
Sobre suas águas, ora renovadas,
ora sujas;
As aves aquáticas gritam
em sinfonia
A sua salvação da poluição
Sobre seu leito poluído e
desfeito;
Frangos d`água, saracuras
bem-te-vis, anuns e paturis
Parecem apelar, à vida mas
todos estão surdos...
Para onde foram as suas
águas cristalinas
Para onde foram nossos Tucunarés;
Robalos, pitus e jundiás?
E, o banhar dos meninos e
das meninas
Das lavadeiras,
jangadeiros e pescadores
Dos macucos, juritis e das
graúnas?
- Tornaram-se versos
escravos
Dos poemas e das poesias
dos poetas...
Cercados por uma cachoeira
de lágrimas
De uma doença de seres
mórbidos sem razão.
Joselito dos Reis
04.12.14
Nenhum comentário:
Postar um comentário