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domingo, 28 de agosto de 2011

Contra a parede: Jean Wyllys

O ícone das causas LGBT em Brasília fala sobre suas inspirações e perspectivas

Ele é professor universitário, escreveu três livros e apresentou suas ideias afiadas no Big Brother Brasil, em 2005. Hoje, é deputado federal (PSOL-RJ), tornou-se ícone das causas gays em Brasília e enfrenta com seu dircurso articulado os limites sociais e políticos para falar de intolerância e liberdades civis.

+ Veja Zeca Camargo, Enrique Iglesias e Julia Petit contra a parede!

Um livro: O Evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago.

Um filme: Eternamente Pagu, de Norma Bengell.

Uma música: “O Quereres”, de Caetano Veloso.

Um artista: Caetano Veloso.

Um político: Lula.

Um ícone intelectual: Michel Foucault.

Uma ideia de ontem? Ontem já passou.

Uma ideia de amanhã? "Amanhã ser um lindo dia da mais louca alegria que possa imaginar" (citação de “Amanhã”, canção de Guilherme Arantes).

Uma ideia de felicidade? Desejar o que se tem e viver bem o presente.

O que você tem amado ultimamente? Fazer a política institucional.

Qual a sua maior extravagância? Comprar livros na esperança de continuar, de adiar a morte.

E seu maior arrependimento? Não me arrependo.

Qual seu maior medo? Sei que é a ordem natural das coisas as mães irem antes, mas a ideia de perder minha me mãe dá medo.

Qual a sua característica mais marcante? Vontade de conhecer, de saber.

O que te irrita? Trânsito e ignorância.

O que te deixa de bom humor? Amigos.

O que não gosta em você? A tendência a perder a paciência com preconceituosos.

O que não gosta nas pessoas? Ingratidão e falsidade.

Com qual personagem histórico você se identifica? Alexandre.

Com qual personagem do cinema você se identifica? A mulher do médico, de Ensaio Sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles.

Com qual herói da ficção você se identifica? Batman.

Quem são os seus heróis da vida real? Minha mãe é minha heroína da vida real e meu herói é Nelson Mandela.

Qual talento gostaria de ter? Tocar bem um instrumento musical.

Uma coisa que gostaria de ter? "Uma casa no campo onde eu possa compor muitos rocks rurais e tenha somente a certeza dos amigos do peito e nada mais” (citação de “Casa no Campo”, canção de Tavito e Zé Rodrix).

Uma ideia que gostaria de ter? Uma que levasse as pessoas a se livrarem das fobias sociais.

Uma virtude? Bondade.

Uma válvula de escape? Desenho animado (Os Padrinhos Mágicos, de preferência) e telenovela.

O que mais te inspira no dia a dia? Ler.

Qual foi o lugar mais interessante que você foi nos últimos 12 meses? O assentamento do povo indígena Patax H H He em Pau Brasil, no sul da Bahia.

Onde você gostaria de morar? São Paulo e Berlim.

Em que ocasião você mente? Quando preciso me defender e defender os meus da maldade alheia.

Tem alguma mania? Colecionar lápis e canetas.

Qual o seu grande feito? Ter inaugurado uma nova e diferente representação da homossexualidade na história da tevê e ter me tornado o primeiro parlamentar homossexual assumido e ligado ao movimento LGBT a chegar ao Congresso Nacional.

O que você mais aprecia em sua profissão? Poder despertar sentimentos e promover ações por meio das palavras.

Quais são os ganhos e as perdas recentes nos direitos dos homossexuais?
Ganhos: A votação unânime do STF que equipara a união homossexual heterossexual, o relançamento da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, a construção da PEC do Casamento Civil entre Homossexuais e a criação do Conselho Nacional LGBT com representantes de 15 ministérios e 15 representantes da sociedade Civil.
Perdas: O recolhimento do kit Anti-Homofobia pela presidenta Dilma, a pressão da bancada evangélica para a demonização do PL 122 (que tem como objetivo criminalizar a homofobia).

Qual a posição que você vê em todas as instâncias do governo sobre essas questões? O debate está instalado no Congresso, mas ele se encontra alheio às transformações da sociedade. O Executivo e o Judiciário estão atentos a essas transformações e tentam, com as normas vigentes disponíveis, contemplar as demandas advindas delas. Já o Legislativo se mostra alheio, tanto que ao longo desses anos não foi votado nenhum Projeto de Lei voltado a comunidade LGBT.

Qual a perspectiva em cada uma dessas áreas? As melhores possíveis, mas posso garantir que é uma batalha árdua. A Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT está discutindo os novos rumos para o PL 122, com a participação do movimento LGBT, e continuo no trabalho de formiguinha de conquistar assinaturas para a PEC do Casamento Civil, de minha autoria. Acho que, desta maneira, vou conquistar o número necessário de assinaturas e acho que ainda nessa legislatura a gente consiga votar.

Existe algum exemplo internacional de postura política e social que pode servir para o Brasil? A Argentina fez história ao se tornar, em 2010, o primeiro país da América Latina a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Estou lançando uma campanha pelo Casamento Civil entre homoafetivos no Brasil aos moldes de como foi feito naquele país e acredito que podemos aprender muito com eles.

Onde as leis sobre o tema funcionam de fato? A Suécia é um exemplo de país onde as leis garantem, de fato, a plena cidadania da população LGBT

Quais são seus próximos projetos? Em termos políticos, aprovar a PEC do Casamento Civil para pessoas do mesmo sexo.

Você tem algum mantra? "Estes que estão atravancando meu caminho, eles passarão, e eu, passarinho" (citação do Poeminha do Contra, de Mario Quintana).



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