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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ratko Mladic provoca expulsão

O ex-líder militar dos sérvios da Bósnia Ratko Mladic enfrentou nesta segunda-feira um juiz do Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) e familiares das vítimas de Srebrenica e provocou sua expulsão da sala de audiência, o que o livrou de ter que se declarar culpado ou inocente das acusações de crimes de guerra e genocídio.

Diante da ausência de Mladic, resultado da sua discussão com o presidente da sala, Alphons Orie, por se recusar a falar sem a presença de advogados de sua confiança, o juiz fez prevalecer o princípio da presunção de inocência e o declarou "inocente" das acusações, o que a Promotoria tentará rebater durante a próxima audiência, ainda sem data prevista.

A expulsão aconteceu quando o holandês Orie pediu ao ex-general que se mantivesse em silêncio até que lhe dessem a palavra, ordem ignorada pelo "açougueiro de Srebrenica", que chegou a mandar o próprio juiz do TPII se calar.

"Se não seguir as minhas ordens, terei que fazer com que te expulsem da sala", afirmou o juiz Orie.

"Pois não espere mais, mas não vou escutar nem dizer mais nada sem a presença de meus advogados. E o senhor deveria fazer o mesmo", replicou o ex-líder militar, que foi então convidado a se retirar pelos membros da segurança enquanto na arquibancada algumas mães de Srebrenica gritavam "Criminoso!".

Um dos muitos pedidos de ordem feitos pelo juiz a Mladic foi precisamente para que interrompesse a comunicação visual e os gestos gozadores em direção às suas supostas vítimas.

Nos poucos 20 minutos que o ex-general esteve na sala, se afligiu ao não escutar bem a tradução em sérvio por conta de problemas no ouvido, além de ter reclamado por não poder usar seu chapéu de estilo militar diante do juiz e, especialmente, se queixou do advogado que o tribunal o atribuiu, Aleksander Aleksic.

"Não quero ofendê-lo, mas é muito novo para me defender", alfinetou o acusado.

O ex-líder militar servo-bósnio pediu para ser representado pelo jurista russo Aleksandr Mezyaev e seu letrado de confiança em Belgrado, Milos Salji, que havia declarado neste domingo à imprensa em Belgrado que Mladic não compareceria se não fosse "obrigado".

No entanto, Mladic decidiu aparecer nesta manhã, pontual, trajando o seu já característico chapéu de estilo militar, que teve que retirar a contragosto por ordem do juiz.

O ex-general servo-bósnio, como já fez em seu primeiro comparecimento no tribunal em 3 de junho, mencionou seus problemas de saúde.

No entanto, o juiz Orie respondeu que, segundo o exame efetuado pelos médicos do TPII, "seu estado de saúde não o impede de comparecer e participar do processo".

O tribunal determinará nas próximas semanas a data para o início do julgamento propriamente dito contra aquele que é considerado a última "pessoa influente" das guerras da ex-Iugoslávia, após o ex-presidente sérvio Slobodan Milosevic, morto no centro de detenção do TPII em 2006, e o líder político servo-bósnio Radovan Karadzic, cujo julgamento ainda está em andamento.

O procurador-geral do TPII, Serge Brammertz, reduziu a 11 crimes a ata de acusação de Mladic, de 68 anos, para que o julgamento se restrinja aos fatos mais provados e que não demore demais.

Entre as acusações está a de genocídio por sua suposta responsabilidade no massacre de 8 mil homens e jovens muçulmanos na cidade bósnia de Srebrenica após a tomada da cidade pelas tropas servo-bósnias em julho de 1995.

Mladic foi preso em 26 de maio na casa de um parente, situada no norte de Belgrado, após ficar 16 anos foragido da Justiça internacional.

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