O mensalão do PT do ex-presidente Lula vai ser julgado a partir de quinta-feira. Zé Dorcei aparece como figura maior do esquema de corrupção
Em 2007, o Supremo Tribunal
Federal (STF) aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no
suposto esquema denunciado em 2005, pelo então deputado federal Roberto
Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como “Mensalão”.
Segundo ele,
parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de
acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o
escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil
e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de
concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da
denúncia, o ministro Joaquim Barbosa apontou como operadores do núcleo central
do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o
ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio
Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e
Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira
assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais
processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas
de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José
Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na
denúncia.
O relator apontou
também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto
pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e
Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone
Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação
de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do
Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius
Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão
fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia,
Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de
divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é
processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique
Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da
Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção
passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR
(ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em julho de 2011, a
Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o
STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da
Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal
(PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
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