Votos de ministros indicam participação direta de José Dirceu
no mensalão
Os votos apresentados até agora por alguns ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão apontam para a
interpretação de que houve participação direta do ex-ministro chefe da Casa
Civil José Dirceu nos empréstimos ilegais tomados pelo PT junto ao Banco Rural.
Advogados dos réus interpretam essa ligação como um dos
principais elementos para embasar a tese da existência de compra de apoio
político durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
justificar uma eventual condenação de Dirceu no julgamento do mensalão.
Durante a sessão desta quinta-feira, no momento da análise do
crime de gestão fraudulenta do Banco Rural, o ministro Marco Aurélio Mello
afirmou que dívidas contraídas pelo PT junto à instituição financeira foram
sanadas e “não satisfeitas”.
“Já mencionei que o PT deveria gozar de muita confiança junto
ao Banco Rural porque logrou rolar a dívida dez vezes, uma vez que não dava o
respectivo respaldo”, alegou o ministro. “Esse preceito é condizente para
afirmar que há culpa de Kátia Rabello e José Roberto Salgado. Não simplesmente
pelas condições que tinham nos cargos ocupados no banco, mas dos contatos mantidos
inclusive com Marcos Valério e com o então chefe do gabinete da Casa Civil,
José Dirceu”, complementou Marco Aurélio Mello. “A cada passo complica mais a
situação dos acusados”, ressaltou.
A ministra Rosa Weber, durante a sessão de julgamento de quarta-feira,
também como parte de sua análise do crime de gestão fraudulenta, disse que o
empresário Marcos Valério articulou reuniões entre a direção do Banco Rural e o
ex-ministro-chefe da Casa Civil, com o objetivo de fazer lobby junto ao Banco
Central. “Parece-me evidente que dele (Valério) lançaram mão, a direção do
Rural, em decorrência das boas relações por ele mantidas com o PT”, disse Rosa
Weber.
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