Maioria dos abusos cometidos por sacerdotes investigados no
estado de Victoria ocorreu entre a década de 1960 e 1980 (EFE)
A igreja católica confirmou 620 casos de abusos sexuais
contra menores cometidos na Austrália por sacerdotes desde a década de 30, uma
revelação inédita no país, informou neste sábado a imprensa local. O arcebispo
de Melbourne, Denis Hart, classificou de "horríveis e vergonhosos" os
números que aparecem em um relatório entregue para a comissão que investiga no
Parlamento do estado de Victoria casos de pedofilia cometidos em várias ordens
religiosas.
Por meio de um comunicado, Hart disse que a maioria dos casos
ocorreu entre a década de 1960 e de 1980, embora tenham ocorrido inclusive há
80 anos. Desde 1990, 13 abusos foram registrados. O arcebispo afirmou que a
igreja colaborará plenamente com a comissão parlamentar e acrescentou que está
investigando outros 45 supostos abusos sexuais, informou a cadeia
"ABC".
O Parlamento de Victoria criou em abril uma comissão especial
para investigar os casos de pedofilia cometidos em várias ordens religiosas. As
conclusões ficarão prontas no ano que vem. Segundo as associações das vítimas,
o número dos menores vítimas de abusos pode superar 6.000 só em Victoria. Em
sua visita à Austrália, em julho do ano passado, o papa Bento 16 se reuniu com
algumas das vítimas e pediu perdão em nome da igreja.
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