"Mas creio que na França há mais respeito pela
privacidade das pessoas. No Brasil existe carinho, muito carinho, nenhum
respeito." Obs.: Em 1995, sobre sua mudança para Paris em busca de
tranqüilidade para escrever um novo romance.
"Acho que o socialismo é o futuro. A queda do
muro significou o fim de ditaduras medonhas, que existiam em nome do comunismo,
mas não eram comunismo na realidade. Acredito no avanço do homem em direção a
um futuro melhor." Obs.: Em 1995, quando perguntado se continuava comunista.
"Nossas elites são, de fato, extremamente
preconceituosas, não merecem grande atenção." Obs.: Sobre o preconceito
das elites intelectuais brasileiras com relação à sua obra.
"A vida me deu mais do que pedi e mereci. Não
me falta nada. Tenho Zélia e isso me basta." Obs.: Em 1996, ao completar
84 anos.
"Aceitei o convite com muita satisfação. O
Cacá é um diretor muito talentoso. A Sônia é minha filha três vezes."
Obs.: Sobre sua participação no filme "Tieta", estrelado por Sônia
Braga.
"Que prêmio a mais pode querer um escritor
cuja obra é lida em mais de 30 idiomas." Obs.: Em 1997, sobre o fato de
nunca ter ganho o Prêmio Nobel.
"Eu continuo firmemente pensando em modificar
o mundo e acho que a literatura tem uma grande importância."
"Pode haver muita deficiência no livro de um
jovem, mas haverá também nele uma coisa fundamental - a força da
juventude."
"A juventude é um bem imenso que você não
prolonga. A juventude se acaba, nem que você queira iludir-se com esse negócio
de jovem de espírito. Jovem é jovem, ponto final." Obs.: Em 1988, sobre
escrever menos conforme o avanço da idade.
"Nenhum crítico ensina ninguém a fazer
romance." Obs.: Em 1988, quando perguntado se aprendeu alguma coisa com a
crítica.
"Hoje, ser de outra religião que não a
católica é um negócio ótimo, você até pode ser proprietário de rede de
televisão..." Obs.: Em 1991, sobre lei de sua autoria, garantindo
liberdade de culto quando deputado constituinte em 1946.
"Quando você morre em um país sem memória,
imediatamente eles te esquecem. Quando eu morrer, vou passar uns 20 anos
esquecido." Obs.: Em 1991, sobre o ostracismo da obra de Érico Veríssimo e
a produção literária brasileira atual.
"Não acredito em literatura latino-americana,
acho este termo muito colonialista. Mas cada país do continente tem sua
literatura, muito boa, por sinal."
"É necessário que os países do Primeiro Mundo
entendam que é preciso preservar também cidades como Salvador, não apenas Roma
ou Paris." Obs.: Em 1991, sobre a má conservação do Pelourinho em
Salvador.
"Mas enquanto houver miséria, enquanto houver
Terceiro Mundo, pode ter certeza, meu amigo, que não haverá paz no mundo."
"Acho que o mais terrível foi a degradação do
caráter. Em relação a duas coisas. Você teve a tortura. Em segundo lugar, a
ditadura institucionalizou a corrupção. Hoje, esse mal faz parte dos
costumes." Obs.: Em 1992, sobre as conseqüências da ditadura no Brasil.
"Mais difícil do que publicar um livro é
escrever um bom livro." Obs.: Sobre a dificuldade de publicação para um
jovem autor.
"Um escritor aos 80 anos está começando a
aprender a escrever." Obs.: Ao completar 80 anos, sobre o ofício de
escrever.
"Sou filho da cultura popular da Bahia e da
cultura francesa. Esta é uma das minhas misturas." Obs.: Em 1992, sobre a
exposição em sua homenagem no Centro Georges Pompidou, em Paris.
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